Do Murderball ao Rugby em Cadeira de Rodas: a História de um Esporte de Superação

Quando pensamos em esporte paralímpico, logo vêm à mente imagens de resistência, garra e superação. O rugby em cadeira de rodas é um dos maiores símbolos dessa força. Conhecido por muito tempo como Murderball (bola assassina), nasceu da vontade de mostrar que a limitação física não impede ninguém de viver a adrenalina da competição, do contato físico e da paixão pelo esporte.

As origens no Canadá

O ano era 1977, em Winnipeg, no Canadá. Um grupo de atletas tetraplégicos, que não se encaixavam bem no basquete em cadeira de rodas, decidiu criar uma modalidade em que pudessem competir em igualdade. Assim nasceu o Murderball, um jogo intenso, físico e estratégico.

A primeira impressão era de brutalidade — daí o nome original —, mas logo o esporte conquistou respeito por seu dinamismo e inclusão. Com o tempo, adotou-se o nome oficial quad Rugby, ou rugby em cadeira de rodas, para transmitir melhor sua essência: um esporte de contato, sim, mas também de estratégia, inteligência e superação.

A expansão mundial

Nos anos 80 e 90, o esporte se espalhou pelo mundo. Em 1996, foi apresentado como esporte de demonstração nos Jogos Paralímpicos de Atlanta. O sucesso foi tão grande que, já em Sydney 2000, o rugby em cadeira de rodas passou a integrar oficialmente o programa paralímpico.

A partir daí, o crescimento foi meteórico. Hoje, países como Canadá, Estados Unidos, Austrália e Japão são potências da modalidade. Atletas como o australiano Ryley Batt, múltiplo campeão paralímpico, tornaram-se ícones e inspiração para milhões.

Regras e características únicas

O rugby em cadeira de rodas é disputado em uma quadra semelhante à do basquete. Cada equipe entra em jogo com quatro atletas, e o objetivo é atravessar a linha de gol com a bola em mãos.

Esporte adaptado para atletas com deficiência em pelo menos três membros, como tetraplegia, poliomielite ou amputações. Um detalhe especial é o sistema de classificação funcional, que vai de 0,5 a 3,5 pontos, conforme o nível de movimento do atleta. Em quadra, a soma não pode ultrapassar 8 pontos. Isso garante equilíbrio e inclusão: cada jogador encontra seu espaço estratégico, independentemente da sua limitação.

Outro aspecto marcante são as cadeiras especiais, adaptadas com rodas que possuem cambagem (inclinadas), grades e reforços de metal para suportar os choques e bloqueios. A cena é intensa: colisões, giros e arrancadas fazem parte do espetáculo!

Impacto social e cultural

Mais do que um esporte, o rugby em cadeira de rodas tornou-se uma ferramenta de inclusão e empoderamento. Ele mostra que a deficiência não limita a paixão pela competição, pelo espírito de equipe e pela superação de limites.

Cada jogo é um lembrete poderoso de que coragem e determinação colaboram com a desconstrução de barreiras físicas.

E o Brasil nessa história?

O rugby em cadeira de rodas chegou ao Brasil em 2005, durante os Jogos Mundiais em Cadeira de Rodas e Amputados – Tributo à Paz, realizados em Brasília. A partir daí, equipes começaram a surgir e, em 2008, foi fundada a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), que organiza campeonatos e fortalece a modalidade no país.

Hoje, times como o Drakkar Quad Rugby, do Instituto Entre Rodas, mantêm viva essa paixão e oferecem oportunidades para novos atletas.

Conclusão

De um início experimental no Canadá ao status de esporte paralímpico consagrado, o rugby em cadeira de rodas carrega em si a essência da superação. Cada partida é um convite para repensarmos limites, valorizarmos a inclusão e celebrarmos a força humana.


Quer conhecer essa energia de perto? Venha acompanhar os treinos do Drakkar Quad Rugby no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e faça parte dessa história.
Mais informações no site: Projeto Drakkar – Entre Rodas

DADOS DO TERMO DE FOMENTO:
Período de vigência: de 24/07/2024 a 23/07/2025
Nº do Termo de Fomento: Nº 04/2024/SMPED
Nº do Processo SEI: 6065.2024/0000316-3
Valor repassado pela SMPED: R$ 118.689,00 (cento e dezoito mil, seiscentos e oitenta e nove reais)


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